Incontinência urinária após cirurgia de próstata: é normal? Tem solução?
A incontinência urinária é um dos sintomas pós cirúrgicos mais comuns após a cirurgia de próstata, especialmente em casos de prostatectomia radical (remoção completa da glândula prostática), realizada no tratamento do câncer de próstata.
Embora seja uma condição que assuste muitos pacientes, é importante saber que, na maioria dos casos, ela é temporária e tem tratamento. Compreender as causas, a frequência e as opções terapêuticas disponíveis podem ajudar o paciente a lidar melhor com esse desafio e recuperar a qualidade de vida.
Por que ocorre a incontinência urinária após a cirurgia?
Durante a cirurgia de remoção da próstata, estruturas importantes para o controle da urina podem ser afetadas.
A próstata está localizada abaixo da bexiga e envolve parte da uretra, o canal por onde a urina passa. A remoção da próstata pode comprometer o esfíncter urinário (músculo responsável por controlar a saída da urina) e também interferir nos nervos e músculos da região pélvica. Isso resulta, em muitos casos, em perda involuntária de urina, principalmente ao tossir, espirrar, levantar peso ou fazer esforço.
Após a cirurgia e tratamento, é possível experienciar dois tipos de incontinência urinária:
Incontinência causada por estresse: Caracterizada por “vazamentos” de urina quando a próstata e bexiga reagem à pressão, como um espirro ou levantando algo pesado. Esse tipo de incontinência é comum com a remoção da próstata.
Incontinência involuntária: é a necessidade de urinar naquele mesmo momento, ou experienciar vazamentos antes de chegar à um banheiro. Alguns não sentem a necessidade de urinar em nenhum momento, levando à incontinência involuntária.
A gravidade da incontinência varia de pessoa para pessoa. Fatores como idade, estado geral de saúde, força muscular da região pélvica e técnica cirúrgica utilizada influenciam no grau de comprometimento.
É comum que, nas primeiras semanas ou meses após a cirurgia, o paciente apresente algum grau de perda urinária. Para a maioria dos homens, essa condição melhora significativamente (ou até desaparece) dentro de 6 a 12 meses após a cirurgia.
Tratamentos e soluções disponíveis
A boa notícia é que hoje em dia, existem diversos tratamentos eficazes para a incontinência urinária após a cirurgia de próstata.
O primeiro passo é a reabilitação com fisioterapia pélvica, que inclui exercícios específicos para fortalecer os músculos do assoalho pélvico, como os exercícios de Kegel. Essa abordagem é recomendada logo nas primeiras semanas após a cirurgia e pode acelerar significativamente a recuperação do controle urinário.
Nos casos em que a incontinência persiste por mais de um ano ou é considerada severa, há tratamentos cirúrgicos disponíveis. Um dos mais utilizados é o implante de esfíncter urinário artificial, que substitui a função do músculo danificado.
Outra opção menos invasiva é o uso de sling masculino, uma espécie de faixa que sustenta a uretra e melhora o controle da urina.
Expectativas realistas durante o processo
É fundamental que o paciente tenha acompanhamento médico contínuo após a cirurgia e mantenha uma comunicação aberta com a equipe de saúde sobre os sintomas que estiver enfrentando. Embora a incontinência urinária possa ser frustrante, ela é uma condição tratável e, em muitos casos, reversível. Ter expectativas realistas e buscar apoio físico e emocional durante o processo faz toda a diferença.
Com paciência, tratamento adequado e suporte especializado, a grande maioria dos homens consegue recuperar o controle urinário e retomar suas atividades cotidianas com segurança e confiança.
O Dr. Gino Pigatto Filho é urologista com grande experiência em Cirurgia Urológica Avançada e é entusiasta de tecnologias minimamente invasivas com destaque para a Endourologia, Videocirurgia, Cirurgia Oncológica e Robótica. Confie no Dr. Gino para um atendimento e tratamento humanizado, personalizado e eficaz.
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